Arquivo mensal: junho 2014
Pescadoras participam de formação sobre saúde da mulher e do trabalhador (a)
A formação aborda diversas instâncias sobre o SUS e a saúde ocupacional, especialmente no que tange as políticas públicas específicas para as mulheres e para o trabalho das pescadoras e das marisqueiras. Para contribuir com o processo, a ANP conta com a participação de profissionais da área, como a assistente social sanitarista e responsável pela política de saúde da população negra do Recife, Sony Maria. A assistente social vem abordando a questão da prevenção, atenção e direitos dentro da lógica e dos princípios do SUS, colocando em evidência, inclusive, as questões do preconceito racial. “As mulheres negras passam por situações mais dolorosas, o tratamento dado a elas é bastante precário, e isso vai contra os princípios do SUS, é preciso denunciar isso”, Sony.
Os próximos dias de formação trarão para os debates e conhecimento a saúde do trabalhador e da trabalhadora dentro do contexto dos povos do campo, das florestas e das águas. O grupo ainda aprofundará a temática no que tange o trabalho da pesca artesanal e da mariscagem, abordando os riscos para doenças e acidentes nessas atividades. Relacionado a esse debate, as pescadoras tomarão conhecimento sobre os direitos previdenciários referentes às doenças de trabalho e os processos de prevenção, tratamento e reabilitação dessas enfermidades.
Emponderar as pecadoras nesse processo significa fortalecer a luta por vida digna nas comunidades pesqueiras. As mulheres do encontro poderão levar para suas realidades informações sobre como lidar com as questões de saúde e garantir seus direitos nesse âmbito. Vinda de Salinas da Margarida, na Bahia, a pescadora Elionice Sacramento enxerga o momento com força e otimismo. “Essa formação é muito importante para nós, mulheres pescadoras. Está sendo um momento de trabalho muito rico, produtivo e emocionante”, comenta.
Articulação Nacional de Pescadoras no Brasil (ANP)
A ANP surgiu em 2006, na demanda que existia das mulheres da pesca artesanal se afirmarem como agentes protagonistas na busca por seus direitos. A articulação reúne 14 estados de todo Brasil e tem como principais pautas a saúde da mulher na atividade pesqueira, o combate à violência de gênero, a defesa do território pesqueiro e o fortalecimento da identidade das pescadoras artesanais.